Com o aumento de casos de câncer no cérebro ao longo das últimas décadas, surgiram especulações sobre a possibilidade da relação do uso do celular com a doença, paralelamente ao crescimento do uso dos aparelhos. De acordo com a Anatel, só no Brasil são mais de 242 milhões de celulares ativos. Com isso, na mesma proporção aumentam as dúvidas sobre seus efeitos nocivos à saúde.
De acordo com a neurocirurgiã Danielle de Lara, de Blumenau, “atualmente, no país, temos uma média de cinco novos casos de câncer cerebral a cada 100 mil homens e quatro a cada 100 mil mulheres”. Já na população mundial, o câncer do sistema nervoso central representa, aproximadamente, 2% de todas as neoplasias malignas.
E será que estes casos podem estar associados ao uso do celular?
Uma pesquisa em desenvolvimento pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, que está sendo realizada em laboratórios altamente especializados que podem especificar e controlar fontes de radiação e medir seus efeitos em roedores, não indica essa relação com os celulares.
Com seres humanos, a pesquisa ocorre em duas diferentes linhas: comparando o uso do telefone entre pessoas com tumores e pessoas sem eles; e com um grande grupo de pessoas que não apresentam câncer e são acompanhados ao longo do tempo, comparando os que usam e os que não usam celulares. Em nenhuma houve evidências claras da relação entre o uso do telefone celular e o câncer.
Pesquisadores sugerem que o aumento no número de casos pode estar associado ao maior acesso a exames e médicos especialistas nas últimas décadas, o que facilitou o diagnóstico e resultou no maior registro da doença.
A neurocirurgiã, Danielle, afirma que as causas reais do câncer cerebral ainda não estão esclarecidas, entretanto, sabe-se que fatores genéticos têm um importante papel nesses tumores. “Outra causa importante são as metástases cerebrais – tumores que têm origem em outros órgãos, como pulmão, mama e rim, e que através da corrente sanguínea atingem o cérebro”.
Ela destaca os avanços de diagnóstico e de tratamento: além das já conhecidas rádio e quimioterapia, outra possibilidade recente é a cirurgia minimamente invasiva. “Este procedimento, relativamente novo no Brasil, pode ser uma alternativa, diminui drasticamente o risco de sequelas no paciente e proporciona uma recuperação mais rápida”, diz Danielle.
Ela alerta que nem toda patologia cerebral pode ser tratada por essa última técnica: “um profissional treinado tanto na técnica tradicional, como na minimamente invasiva, poderá sugerir o melhor caminho a seguir em cada caso”.
A recomendação da profissional é não deixar os hábitos saudáveis, como alimentação saudável e a prática de atividades físicas, além de manter consultas periódicas com o médico de confiança para um diagnóstico precoce.
Com informações Portal Bonde
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