De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 16% das doenças que afetam pessoas entre 10 e 19 anos estão relacionadas à saúde mental. A instituição ainda revelou que a depressão e o suicídio são as principais causas de morte de adolescentes.
Esses dados servem para nos fazer refletir sobre a adolescência adoecida. Continue a leitura para entender por que precisamos ficar atentos aos jovens e de que forma é possível ajudá-los a manter o foco na saúde e bem-estar.
Não é à toa que, no Brasil, um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostrou que 68% dos adolescentes tiveram episódios isolados ou recorrentes de ansiedade e irritabilidade em 2020. Isso se deve aos efeitos da pandemia.
A exposição às telas de TV, smartphones, computadores e jogos, que já sinalizavam um crescimento exponencial, ficou ainda mais intensa com o isolamento social. Segundo a SBU, 60% dos adolescentes dedicaram mais de 6 horas do dia às mídias digitais.
É natural que os mais jovens sejam internautas assíduos. Claro que o consumo da internet oferece uma série de vantagens e ele tem sido uma das principais estratégias de socialização, estudos e conservação de relacionamentos.
No entanto, é necessário olhar a partir de outro ângulo. A exposição desenfreada à internet também provoca aumento na vulnerabilidade dos adolescentes, sobretudo em contextos que envolvem cyberbullying ou outros tipos de agressões.
A recorrência do acesso a esses episódios pode causar medo, estresse e desgaste emocional. Isso sem contar que a imposição de padrões estéticos tende a gerar frustração, distorção de imagens e insegurança.
O resultado, como já dissemos, são problemas emocionais que podem se manifestar como isolamento ou momentos de estresse até quadros mais graves de depressão, distúrbios alimentares, insônia entre outros.
A adolescência, por si só, é responsável por uma série de mudanças físicas e psíquicas. Por isso, é importante saber diferenciar comportamentos que estão dentro da normalidade daqueles que podem indicar problemas mais sérios, como os seguintes:
Excesso de irritabilidade: Quebrar objetos, perder o controle em uma discussão ou agredir pessoas indicam reações exageradas de raiva que ultrapassam os limites de comportamentos normais de um adolescente.
Problemas de concentração: Verifique se o adolescente tem dificuldade de se concentrar em atividades simples, como assistir TV e estudar. Outro sinal de alerta é o esquecimento de eventos importantes, como provas, datas festivas, entre outros.
Alterações de sono e apetite: Todo extremo é preocupante. Alimentar-se demais várias vezes ao dia e passar muitas horas sem comer são indícios de que algo não vai bem. A lógica é a mesma em relação à insônia e excesso de sono.
Sensação de fracasso: Frases como “eu não vou conseguir”, “sou um fracasso” e “tudo que eu faço está errado” indicam que o adolescente pode estar potencializando a sensação de desesperança. A recorrência dessas afirmações é um sinal de alerta.
Isolamento: Passar a maior parte do tempo sozinho, seja no quarto, na sala ou em outro ambiente da casa em que não haja interação com os demais membros da família pode indicar que o adolescente esteja passando por problemas.
Sintomas físicos: Preste atenção se o adolescente se queixar de episódios recorrentes de dores de cabeça, tontura, constipação, dores musculares, falta de ar, entre outros. Fique de olho em feridas em locais discretos do corpo. Isso pode indicar mutilação.
Pensamentos suicidas: Jovens que afirmam que a morte é o melhor caminho para tudo ou que dizem que querem morrer para começar tudo de novo devem ser acompanhados com mais cuidado.
A primeira coisa que você deve fazer para ajudar o adolescente é estar presente. Ofereça sua companhia, mesmo que seja para ver uma série na TV. Demonstre afeto, seja com palavras carinhosas, beijos, abraços e até colo.
É fundamental oferecer outras opções de atividades aos adolescentes além das telas digitais. Leituras, jogos em família, entre outras atividades de entretenimento são sempre bem-vindas.
Também é importante agendar uma consulta médica e realizar um check-up geral. Se for preciso, conte com os serviços de um psicólogo e psiquiatra. Um seguro de vida também ajuda, e muito, na hora de pensar na saúde dos jovens. Por fim, saiba pedir ajuda em casos de emergência. Ter uma rede de apoio é essencial para combater os sinais de adolescência adoecida.
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