Medicamentos são produtos especiais elaborados com a finalidade de diagnosticar, prevenir e curar doenças ou aliviar seus sintomas. O uso de medicação por conta própria ou por indicação de colegas, vizinhos ou parentes, sem uma avaliação de um profissional de saúde adequado, é denominado automedicação.
A automedicação é considerada um problema de saúde pública. Isso não apenas no Brasil, mas também em muitos países desenvolvidos. Estima-se que no início de 2017, cerca de 30% das internações por intoxicação eram resultados de automedicações.
Em 2014, o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) realizou um estudo em mais de 10 capitais brasileiras, e revelou que 90% dos jovens, entre 16 a 24 anos, e 51% dos adulto acima de 50 anos assumiram que eram adeptos à automedicação. O fator preocupante é que, de acordo com o levantamento, quanto maior o grau de instrução, maior era o uso de medicamentos por conta própria, e maior a probabilidade de gerar eventos adversos.
De acordo com a pesquisa, os medicamentos mais consumidos por automedicação são: Anti-inflamatórios (Ex: Aspirina) relaxantes musculares (Ex: Dorflex), analgésicos (Ex: Tylenol) e descongestionantes (Ex: Neosoro).
Mesmo que alguns possuam a tarja vermelha (indicativo de que devem ser administrados após orientação médica ou por profissional habilitado) ainda assim são consumidos livremente pelas pessoas que apenas precisam pedir o medicamento pelo nome, no balcão da farmácia.
A principal preocupação dos conselhos federais de Farmácia e Medicina é de que a população não está atenta aos riscos do uso indiscriminado de medicamentos. No caso de anti-inflamatórios, eles podem agir com medicamentos para hipertensão, levando ao aumento da pressão arterial durante o tratamento concomitante; outro problema comum é o desencadeamento de gastrite após um uso prolongado (por mais de 10 dias), pois são fármacos que, geralmente, irritam o trato gastrointestinal.
Quando se trata de descongestionantes, o uso contínuo de alguns deles pode destruir o epitélio nasal, resultando em um entupimento maior após a retirada do medicamento ou até mesmo a perda de olfato.
Sem esquecer também que a retirada de antibióticos antes do tempo devido, pode selecionar bactérias mais fortes resultando em uma infecção mais difícil de tratar em um próximo caso.
Abaixo, lista sobre o uso irracional de medicamentos, que vai além da automedicação:
Usar medicamentos sem prescrição, pra uma dor de cabeça, cólica ou dor de dente eventual é comum e deve ser feita se o paciente tiver consciência do medicamento a ser utilizado, e como o utilizar.
É necessário se preocupar a partir do momento em que um mesmo medicamento está sendo usado com muita frequência, ou quando o uso de determinado medicamento começa a causar efeitos indesejados ou até mesmo pare de fazer o efeito esperado.
A própria Organização Mundial da Saúde e o Coselho Federal de Farmácia afirmam que medicamentos livres de prescrição podem ser utilizados pela população, sem a necessidade de ir ao medico todas as vezes que sentir o incômodo. Sabemos que muitas vezes consultas são demoradas, e a dor ou o mal-estar precisam ser cuidados.
Portanto, em caso de ajuda, procure sempre um farmacêutico antes de optar sozinho na compra de algo que não se tem certeza.
Medicamentos livres de prescrição médica podem sim ser guardados em casa ou no trabalho, porém é necessário guardá-los em local adequado, arejado e longe das crianças, pois, 35% dos casos de intoxicação ocorrem em menores de 5 anos. O farmacêutico pode e deve cuidar dos seus clientes e da população em geral.
Ele é o profissional adequado para se consultar em um momento em que o médico não pode ser encontrado, além de poder informar como tomar o medicamento corretamente, e instruir se houver alguma interação com alimento ou outro medicamento que estiver fazendo uso.
É importante lembrar que propagandas farmacêuticas não são médicos, são formas de divulgar e comercializar determinado medicamento, tire possíveis dúvidas antes de comprar qualquer medicamento que foi divulgado no rádio ou TV.
Para finalizar, em caso de dúvidas, procure sempre um médico ou farmacêutico.
Fontes: ICTQ, Anvisa, Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
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