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IMC – 3 letras que fazem toda a diferença para uma vida saudável

O IMC, ou Índice de Massa Corporal, é uma das maneiras de saber como está seu peso, considerando a sua altura. O resultado dessa fórmula matemática pode indicar, por exemplo, se você está com peso adequado, se apresenta magreza, sobrepeso ou obesidade.

Você deve considerar o Índice apenas como um ponto de partida, já que o IMC não avalia o seu estado nutricional como um todo, e precisa ser interpretado por um profissional de saúde, que analisará uma série de outras medidas e características, como idade, sexo, percentual de gordura, entre outros, antes de definir um diagnóstico.

Como é calculado o IMC?

A fórmula do IMC é a mesma para todas as pessoas. O que muda são os pontos de corte, ou seja, os valores considerados como referências para a classificação de peso. Essas referências são específicas para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.

Para calcular o IMC, divida o seu peso (em quilos) pela sua altura (em metros) elevada ao quadrado, ou seja, altura x altura.

Veja a fórmula:

IMC = P(peso em quilos)/A² (altura x altura, em metros)

Só o IMC não diz exatamente como você está

Para saber se o seu peso está adequado à sua altura, e se você está saudável, é necessário ir além do Índice de Massa Corporal (IMC). Existem algumas técnicas e parâmetros que são usados pelos profissionais de saúde para avaliar de forma mais precisa o seu peso. Confira abaixo:

Percentual de gordura:

Indica o quanto de gordura tem no seu corpo. O percentual ideal varia de acordo com o sexo e a idade.

Bioimpedância:

Exame capaz de detectar, por meio de uma corrente elétrica, o peso da sua massa magra e da gordura, bem como o percentual de hidratação. Para a realização da bioimpedância, são colocados dois pares de eletrodos adesivos na mão e no pé direito, por onde circula a eletricidade. Existem diversos tipos de equipamentos para a realização desse exame. O procedimento é rápido e indolor, mas requer preparos, como por exemplo: não consumir bebidas e alimentos estimulantes, bebidas alcóolicas e não fazer atividade física nas 24 horas anteriores. Além disso, deve ser realizado por um profissional de saúde, para orientação e interpretação dos resultados.

Circunferência de cintura:

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é a medida da região do abdômen, no ponto médio entre a borda inferior da última costela e a borda superior da crista ilíaca, onde se pode concentrar a gordura visceral, diretamente relacionada a diversos riscos, como aumento da pressão arterial, diabetes e colesterol alto, fatores que elevam o risco de doenças cardiovasculares. Aí está a importância dessa medida, e você mesmo pode tirar com o auxílio de uma fita métrica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que a medida igual ou superior a 94, cm em homens, e 80 cm em mulheres, indica risco de doenças ligadas ao coração.

Relação cintura x quadril (RCQ):

É o cálculo que se faz a partir das medidas da cintura e do quadril para verificar o risco de doenças cardiovasculares. Essa é outra medida que você pode tirar com o auxílio de uma fita métrica.
A relação cintura-quadril é calculada dividindo-se a medida da circunferência da cintura, em centímetros, pela medida da circunferência do quadril, em centímetros.

O índice de corte para risco cardiovascular é igual ou maior que 0,85 para mulheres, e 0,90 para homens. Um número mais alto demonstra maior risco. Quanto menor o valor da relação, melhor. Mulheres com RCQ de 0,8 ou menos, ou homens com RCQ de 0,9 ou menos são considerados “seguros”. Uma relação de 1,0 ou maior, para qualquer gênero, é considerada “em risco”.

Razões para ir Além do IMC

O infográfico abaixo, do ministério da saúde, mostra porque devemos considerar mais do que o IMC para analisarmos se estamos no peso ideal ou não.

O IMC deve ser apenas um primeiro Índice de avaliação da sua saúde, mas alguns aspectos ficam de fora desta análise.

  1. O primeiro ponto é que este cálculo é aplicado somente em pessoas entre 20 e 59 anos. Crianças, adolescentes e idosos possuem uma composição corporal diferente, não contempladas pela fórmula padrão.
  2. Se você possui muita massa magra (músculos), o cálculo do IMC pode dar um resultado elevado, sem que você tenha de fato sobrepeso ou obesidade. Ou seja, esta medida não vale para atletas.
  3. O contrário também é verdadeiro. Você pode ser o popular “falso magro”: seu IMC pode estar nos valores padrões, porém você pode ter elevado percentual de gordura, glicose e triglicerídeos altos no sangue, o que não é um quadro saudável.
  4. O IMC não leva em conta a gordura visceral do abdomen, fator importante para caracterização de risco de doenças cardiovasculares.
  5. As grávidas também necessitam de um cálculo a parte para a classificação quanto ao grau de obesidade.

Ser saudável é muito mais do que ter boas medidas!

Algumas análises só são viáveis por meio de exames laboratoriais, como nível de glicose, triglicerídeos, colesterol. Uma pessoa pode estar com o peso adequado, ter uma alimentação balanceada e, ainda assim, ter diabetes, por exemplo. Não deixe de buscar orientação com um profissional de saúde.

O que compõe o nosso peso?

O peso corporal é composto pelo que chamamos de massa gorda e massa magra. Massa gorda é a gordura que temos no corpo. Massa magra é o conjunto formado por nossos músculos, órgãos, ossos, sangue e demais líquidos corporais.

Saber se a massa gorda é ruim, depende de como a gordura está acumulada no seu corpo e da proporção entre essa gordura e o seu peso total. A gordura desempenha um papel importante no organismo. Em quantidades ideais, ajuda a proteger do frio e isola nossos órgãos contra impactos.

Já em excesso, a gordura pode causar diversos males à saúde, como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol alto) e problemas cardíacos. Além disso, o acúmulo de gordura na região do abdômen oferece riscos específicos que merecem atenção.

Portanto, o objetivo não deve ser acabar com toda gordura do corpo, mas sim reduzir o percentual de massa gorda a um nível adequado, conforme a orientação do profissional de saúde.

Green apple, orange tape-measure lie on glass weighing scales

O IMC é um dos indicadores de que você pode ter obesidade

Segundo a Dra. Mirele Fadel, no seu texto para o nosso Blog, muitos são os fatores que nos estimulam a buscar a prevenção e o diagnóstico precoce da obesidade. Não há dúvida do mal que esta doença traz à saúde, tanto física quanto mental, já que é uma doença que apresenta fator de risco para diversas outras patologias.

Dentre elas, podemos citar a hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia ( hipertrigliceridemia, redução do HDL, aumento do LDL), doença cardiovascular ( infarto agudo do miocardio e acidente cerebrovascular), apneia do sono, osteoartrose, refluxo gastroesofágico, depressão, entre outras, aumentando com isso a mortalidade.

Além dessas doenças citadas, estudos feitos em 2002 mostraram que a obesidade está associada à ocorrência de câncer de cólon, esôfago, rim, mama e útero. E estudos recentes comprovaram que também está relacionado ao câncer de fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide, meningioma, e que a diminuição do peso corpóreo, além de outros benefícios, reduz incidência e a mortalidade de todos esses cânceres.

O IMC e os métodos de avaliação de saúde

Na avaliação do estado nutricional em serviços de saúde, é preconizado o método antropométrico . A antropometria é um método de investigação na nutrição baseado na medição das variações físicas e na composição corporal global. É aplicável em todas as fases do ciclo de vida, e permite a classificação de indivíduos e grupos segundo o seu estado nutricional.

Esse método tem como vantagens ser barato, simples, de fácil aplicação e padronização, além de pouco invasivo. Ademais, possibilita que os diagnósticos individuais sejam agrupados e
analisados de modo a fornecer o diagnóstico de coletivo, permitindo conhecer o perfil nutricional de um determinado grupo.

A antropometria, além de ser universalmente aceita, é apontada como sendo o melhor parâmetro para avaliar o estado nutricional de grupos populacionais.

Abaixo, a tabela fornece todos os parâmetros recomendados pela OMS e pelo Ministério da Saúde para os índices antropométricos adotados pela Vigilância Alimentar e Nutricional.

Parâmetros recomendados pela OMS e pelo Ministério da Saúde para os índices antropométricos

Os ciclos de vida para monitoramento e avaliação alimentar e nutricional são:

– Criança: menor de 10 anos de idade

– Adolescente: maior ou igual a 10 anos e menor que 20 anos de idade

– Adulto: maior ou igual a 20 anos e menor que 60 anos de idade

– Idoso: maior ou igual a 60 anos de idade

– Gestante: mulher com idade maior que 10 anos e menor que 60 anos de idade

Considerando esta estratificação etária, ainda é importante avaliar os seguintes dados gerais:

Dados de identificação:
– Data de nascimento (idade)
– Sexo

Dados antropométricos:
– Peso
– Altura

Com estes dados, pode-se calcular os índices antropométricos ou nutricionais mais utilizados, lembrando que cada uma das fases do ciclo de vida possui referências e pontos de corte diferenciados.

IMC e Avaliação do peso em crianças e adolescentes

Em crianças e adolescentes, a avaliação do estado nutricional leva em conta um conjunto maior de parâmetros. Além da análise do IMC, feita de acordo com a idade, leva-se em conta outros fatores, como estatura para idade, peso em relação à estatura e à idade.

Esses fatores devem ser considerados conforme a faixa etária, assim como ocorre com a tabela de classificação do IMC para esse grupo.

Para realizar a Avaliação Nutricional de Crianças de 0 a 5 anos, usa-se 4 parâmetros: estatura – para – idade; peso- para- idade; peso- para- estatura e IMC para idade.

Para realizar a Avaliação Nutricional de Crianças de 5 a 10 anos, usa-se 3 parâmetros: estatura para – idade, peso – para – idade e IMC para idade.

Para realizar a Avaliação Nutricional de Adolescentes de 10 a 19 anos, usa-se 2 parâmetros: estatura – para – idade e IMC para idade.

Como estas avaliações são mais complexas, recomendamos que busque a orientação de um profissional de saúde para um diagnóstico preciso.

IMC e Avaliação do peso em adultos (20 a 59 anos)

Os parâmetros indicados, pelo Ministério da Saúde, para avaliação do estado nutricional de pessoas entre 20 e 59 anos são: o Índice de Massa Corporal (IMC), e o perímetro da cintura ou circunferência da cintura. O resultado do cálculo do IMC deve ser analisado de acordo com a classificação definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), válida somente para pessoas adultas:

. Baixo peso < 18,5 (IMC menor do que 18,5)

. Peso adequado ≥ 18,5 e < 25 (IMC igual ou maior do que 18,5 e menor do que 25)

. Sobrepeso ≥ 25 e < 30 (IMC igual ou maior do que 25 e menor do que 30)

. Obesidade ≥ 30 (IMC maior do que 30)

Avaliação do peso IMC na terceira idade

No caso dos idosos, além do IMC, é importante avaliar o perímetro ou circunferência da panturrilha, assim como se faz com a cintura, quando medimos sua circunferência. O perímetro da panturrilha é mais sensível para a avaliação da massa muscular, cuja redução implica na diminuição da força muscular.

Nos idosos, o perímetro superior a 31 cm indica um quadro de normalidade, enquanto uma medida igual ou inferior a esse valor é indicativa de desnutrição.

. Baixo peso ≤ 22 (IMC menor ou igual a 22)

. Peso adequado > 22 e < 27 (IMC maior do que 22 e menor do que 27)

. Sobrepeso ≥ 27 (IMC maior ou igual a 27)

IMC para gestantes

Mesmo em idade adulta, as gestantes devem ter o seu IMC avaliado de forma especial, tendo sempre como referência a idade gestacional do feto. Gestantes no início da gravidez têm condições físicas muito diferentes daquelas que já estão próximas do momento do parto.

O simples cálculo do IMC e a consulta à tabela de classificação convencional podem indicar, por exemplo, sobrepeso, ainda que ela esteja plenamente saudável. O acompanhamento do profissional de saúde é fundamental nessa fase.

De volta ao peso de antes:

O ganho de peso é natural durante a gestação, mas é possível retornar ao peso anterior de forma simples e saudável. Veja três dicas importantes:

Amamente seu bebê:

Além dos benefícios para a saúde da criança, a amamentação também traz vantagens para o corpo da mãe. Estudos comprovam que amamentar emagrece porque a produção de leite promove a queima de uma grande quantidade de calorias.

Além disso, quando o bebê suga o seio, o corpo da mulher libera ocitocina, um hormônio que age na contração uterina, fazendo com que o útero volte ao tamanho normal, o que ajuda no retorno do organismo ao estado anterior à gravidez. Mulheres que praticam a amamentação exclusiva tendem a emagrecer mais rápido.

Mantenha Alimentação Balanceada:

Para a produção do leite, é necessária a ingestão de calorias e de líquidos além do habitual, afinal, nessa fase não é mais somente a mulher que precisa estar bem alimentada. Acredita-se que um consumo extra de 500 calorias por dia seja o suficiente, pois a maioria das mulheres armazena, durante a gravidez, de 2 kg a 4 kg para uso na lactação.

De maneira geral, recomenda-se consumir pães e cereais, frutas, legumes, verduras, derivados do leite e carnes, conforme as preferências da mulher, seus hábitos culturais e a acessibilidade que tenha aos alimentos.

Three colorful green, pink and yellow tart cakes wrapped in measuring tape on white background, unhealthy lifestyle concept, studio

Não faça dieta:

Recomenda-se evitar dietas e medicamentos que promovam rápida perda de peso (mais de 500g por semana). Com a amamentação, naturalmente, a mulher já perde peso.

Monitore o seu peso

É muito importante o acompanhamento por um profissional de saúde. Mas, independentemente disso, você também pode monitorar o seu peso. Essa atitude ajudará muito no controle da sua saúde. É simples, basta seguir alguns passos:

1 – Mantenha a regularidade

Procure se pesar ao menos uma vez ao mês. Manter a frequência ajuda a ter um monitoramento preciso.

2 – Mantenha o mesmo horário

Afinal, nosso peso varia ao longo do dia, especialmente nas mulheres.

3 – Use sempre a mesma balança

Assim, você terá uma garantia de que qualquer variação reproduzirá realmente a oscilação do seu peso, e não uma eventual diferença de regulagem entre balanças diferentes.

4 – Anote o seu peso

Procure manter suas anotações em local acessível. Essa série histórica contribuirá para uma avaliação precisa.

5 – Consulte um profissional de saúde

Não deixe de procurar um profissional de saúde para obter uma orientação adequada sobre o seu caso. Apresente a ele as medidas que você anotou.

Fontes:

Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN

Portal da Saúde SUS

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