A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos de saúde no país, divulgou que a partir de janeiro de 2018, as prestadoras serão obrigadas a fornecer 18 procedimentos (PDF) que até então não eram obrigadas a oferecer. Dentre os procedimentos, estão exames, operações e remédios mais modernos disponibilizados para um universo de 42 milhões de usuários.
De acordo com a médica e diretora de Normas e Habilitação de Produtos da ANS, Karla Coelho, “a revisão é feita de dois em dois anos, com a ajuda também de consulta pública. Esse ano, recebemos mais de 5 mil sugestões, sendo que metade vem dos próprios consumidores”.
Veja abaixo os principais destaques dos novos procedimentos:
Para o tratamento de câncer, oito novos quimioterápicos orais, que combatem tumores no pulmão, melanomas, leucemia e outros entraram na lista. Desde 2014, os convênios fornecem opções dentro dessa linha da quimioterapia, que permite que ela seja feita até em casa em algumas situações.
A novidade está na chegada de fármacos com menos efeitos colaterais. De acordo com Arthur Malzyner, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, “eles combatem moléculas específicas e, assim, são menos tóxicos”. Malzyner comenta que, entretanto, essa liberação é tardia: “alguns deles já estão disponíveis há três anos nos Estados Unidos e, desde então, estamos brigando para tê-los por aqui. Se a Anvisa já autorizou a comercialização desses medicamentos, por que passar por uma segunda análise? ”
Nesta área, o avanço principal é para os indivíduos com diabetes, que é uma das principais causas de cegueira no mundo em pessoas com idade produtiva. “Incluímos a tomografia de coerência óptica, que é um exame que identifica o impacto da retinopatia diabética. E também disponibilizamos uma injeção contra esse quadro que melhora a acuidade visual”, afirmou Karla.
Os convênios passam a oferecer, a partir de 2018, o natalizumabe. O imunobiológico impede que algumas células de defesa entrem no cérebro e na medula espinhal do sujeito com o distúrbio. A suspeita é que essa invasão esteja por trás de parte dos estragos provocados pela esclerose múltipla. “É o primeiro tratamento específico para a doença, que melhora muito a qualidade de vida do paciente”, aponta Karla.
Agora, os planos de saúde oferecerão uma cirurgia mais simples (e menos invasiva) feita por endoscopia, para corrigir o refluxo vesicoureteral, uma malformação que provoca infecções urinárias nos bebês.
Os planos de saúde também terão que colocar à disposição o tratamento preventivo contra o vírus sincicial respiratório (VSR).
“O medicamento aumenta a imunidade da criança e reduz o risco de pneumonia e outras complicações, especialmente nos prematuros, que estão mais suscetíveis a infecções respiratórias repetidas provocadas por esse agente”, explica Carla.
São quatro laparoscopias, um grupo de operações menos invasivas feitas por vídeo. Uma delas será para tratar câncer de ovário, outra para restaurar suporte pélvico e duas serão direcionadas à mulheres com problemas nas trompas.
Com informações Revista Super Interessante
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