A cidade de Londrina é referência no setor de saúde e faz parte de um Arranjo Produtivo Local (APL) de Tecnologia da Informação (TI) com 1.181 empresas.
por Folha de Londrina.
O cenário é propício para o desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas à saúde. A cidade já tem casos de sucesso de empresas que atuam no setor, mas o espaço para um maior surgimento delas, inclusive startups, ainda é grande.
“Health Tech” será o tema da próxima ECO.TIC, considerado o maior evento de Tecnologia da Informação e Comunicação de Londrina e Região. O evento, que chega à sua 4ª edição esse ano, vai ocorrer de 22 a 24 de novembro e foi lançado ontem pelo Sebrae e APL de TI com outras entidades (veja box).
“A medicina é o ramo de atividade da economia em que a tecnologia se desenvolve com mais rapidez, de maior investimento para manter essas tecnologias atualizadas”, afirma Luiz Soares Koury, presidente do Grupo Salus – Saúde Londrina União Setorial. De acordo com ele, há tecnologias sendo aplicadas na área em diagnóstico e tratamento, mas grande parte dos programas de gestão, por exemplo, é provida por grandes empresas e direcionados a grandes hospitais.
As demandas do setor de saúde envolvem situações simples, que podem ter o auxílio da tecnologia para serem atendidas, diz Koury. Em pesquisa realizada no grupo, o médico relatou que a principal reclamação dos pacientes é o tempo de espera em clínicas, hospitais, laboratórios. Segundo ele, o paciente gasta muito tempo tentando agendar uma consulta por telefone, e ao chegar ao consultório, ainda perde tempo preenchendo cadastros e guias, gerando atrasos. Além disso, na sua opinião, o prontuário médico eletrônico “nem sempre é amigável” e faz com que o médico “gaste mais tempo no computador do que atendendo os pacientes.”
“Há um campo vastíssimo de aplicações que poderiam ser desenvolvidas”, diz o médico. Para ele, o fato de Londrina ser referência em Saúde faz ainda com que projetos piloto de soluções tecnológicas sejam viabilizadas com mais facilidade.
Londrina já tem casos de sucesso de TIC na área de saúde. Um exemplo é a Rais Saúde, empresa incubada na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) que está desenvolvendo um sistema de agendamento de consultas on-line a que os pacientes também terão acesso. “O mercado de tecnologia para a saúde está engatinhando em nível nacional. Ainda há muitos desafios a serem resolvidos, tem muita oportunidade, falando do setor privado”, comenta Fabiano Teodoro, diretor da Rais Saúde. Na sua visão, há espaço para startups que estejam desenvolvendo soluções para problemas específicos da área de saúde. “O que vem acontecendo é a tendência de startups tratarem problemas mais específicos com uma abordagem mais simples. Esse mercado está completamente aberto.” Para ele, o setor de saúde também está receptivo a inovações.
Há 18 anos, a Solus atua em Londrina oferecendo um software para a gestão de Operadoras de Planos de Saúde e encontrou no setor um vasto campo para o seu desenvolvimento. Na época, lembra o sócio-diretor da empresa, Flávio Kato, as soluções utilizadas eram “caseiras”, mas logo a área começou a se profissionalizar, beneficiando também as empresas mais profissionais da área de tecnologia. Na visão de Kato, essa “profissionalização” do setor ainda está em processo e demanda soluções tecnológicas profissionais. “A exigência e a qualidade do mercado cresceram. As demandas talvez não sejam as mesmas, mas sempre vão existir.”
Mie Francine Chiba
Reportagem Local
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