A evolução do conhecimento médico é constante. O diagnóstico mais preciso, mais precoce é sempre motivo de obstinação para pesquisadores e médicos.
Mesmo assim, pacientes ainda devem ser submetidos a tratamentos cirúrgicos. A clínica cirúrgica também vem evoluindo de maneira exponencial.
Desde a introdução da videolaparoscopia as técnicas minimamente invasivas vem sofrendo grandes transformações.
A videolaparoscopia consiste em uma técnica cirúrgica que é realizada através do auxílio de uma câmera introduzida por um trocânter abdominal. O trocânter consiste em um tubo oco e por eles pode-se introduzir a câmera, pinças, eletrocautério entre outros utensílios que podem ser usados durante o procedimento. Os benefícios desta técnica são incontáveis.
Acessos cirúrgicos que antes resultavam em grandes incisões hoje na maioria dos casos ficam restritos a 3 ou 4 orifícios abdominais. E não é só a parte estética que é beneficiada. Pacientes submetidos a esta modalidade cirúrgica tem menor tempo de internação, melhores taxas de infecção de sítio cirúrgico além de redução no tempo de recuperação e retorno as atividades diárias.
O impacto para o paciente em idade produtiva é muito grande sem falar na imensa redução de custos de hospitais e operadoras de saúde. Os avanços nas técnicas cirúrgicas vem dando espaço a outra modalidade, o robô da Vinci.
O da Vinci consiste em um robô controlado por um médico à longa distância. O resultado desta tecnologia são procedimentos ainda menos invasivos com ótimas taxas de recuperação. O da Vinci é bastante difundido nos EUA e na Europa, são ao todo 600 robôs operando em todo o mundo. Alguns poucos hospitais no Brasil tem essa tecnologia disponível.
Desenvolvido para ser usado nos campos de batalha, onde médicos especialistas não podiam estar “in loco” para atuar o da Vinci é útil principalmente em cirurgias abdominais, urológicas e ginecológicas.
Durante a cirurgia o médico observa e atua através de braços controlados em uma cabine de comando no campo operatório com visão em 3 dimensões, além de não precisar manejar diretamente órgãos.
Este sistema permite obtenção de ângulos que não seria possível em uma cirurgia aberta. As pinças são completamente basculantes e permitem rotação completa, dando total mobilidade ao operador. Além disso, as incisões são ainda menores quando comparada as videolaparoscopia.
Este vídeo mostra uma “operação” em uma uva, com o detalhe da precisão dos movimentos.
Apesar de ser um grande avanço o da Vinci ainda não é unanimidade entre os cirurgiões. Há profissionais que relatam dificuldades em relação ao uso do equipamento. A principal restrição para o uso amplo desta nova técnica é o tempo de treinamento requerido.
Estima-se que um médico para estar completamente apto para o uso deste equipamento deve ter pelo menos o dobro de tempo de treinamento em relação a videolaparoscopia. Além disso, muitos profissionais relatam que o robô diminui consideravelmente o tato do profissional durante o ato.
Dobrar um simples papel pode ser uma tarefa bem lenta e exigir muita prática. Mas com certeza a precisão é “cirúrgica”.
Enquanto o uso do da Vinci seja uma realidade nos Estados Unidos e na Europa e tem seu uso feito em larga escala em alguns centros, no Brasil esta tecnologia ainda é para pouco. O da Vinci é muito caro, cerca de 5 milhões de reais, e apenas alguns selecionados centros tem a máquina disponível. De qualquer forma esta é uma tecnologia que ganha campo e cada vez mais será usada e aplicada a realidade médica.
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