Saúde de A-Z

Tuberculose Pulmonar – 70 mil casos novos por ano no Brasil

A a Tuberculose Pulmonar é uma doença infecto contagiosa causada por bactérias da família micobactérias, principalmente pelo Mycobacterium tuberculosis também chamado de bacilo de Koch. Acomete diversos órgãos do nosso corpo, mas afeta preferencialmente o PULMÃO, sendo então a TUBERCULOSE PULMONAR a mais frequente e mais relevante para a saúde pública, já que é a responsável pela transmissão.

Qual a situação no Brasil  para a Tuberculose Pulmonar?

A tuberculose é uma das doenças infecciosas que mais mata no mundo, sendo um grave problema de saúde pública. O Brasil está entre os países definido pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como prioritário para o controle da doença. Em nosso país a cada ano ocorrem aproximadamente 70 mil casos novos e em média de quatro mil óbitos.

É importante ressaltar que cerca de 10% dos casos novos de tuberculose diagnosticados no Brasil apresentam coinfecção pelo HIV, ou seja, apresentam as duas doenças ao mesmo tempo. Por isso a importância de investigar HIV em um paciente com diagnóstico recente de tuberculose.

Como é transmitida esta doença ?

A transmissão é feita de pessoa a pessoa, quando um indivíduo inala pequenas gotículas contaminadas através da fala, espirro e principalmente da tosse de um indivíduo que apresenta tuberculose infecciosa ativa, essas microgotas são depositadas em zonas profundas do pulmão onde proliferam e desenvolvem a doença.

Locais fechados e mal ventilados facilitam esse contágio.

Todos que entram em contato com doentes se infectam ?

A chance de um indivíduo se infectar após um contato depende dos seguintes fatores:

–    concentração de bacilos expelidos pelo paciente tuberculoso
–    intensidade e frequência do contato
–    condições ambientais
–    resistência natural do indivíduo

Além disso, é importante ressaltar também que nem todos que entram em contato com a bactéria desenvolvem a doença.

Aproximadamente 90% dos indivíduos conseguem destruir os microorganismos ou mantê-los controlados no corpo, apresentando então uma infecção latente (o paciente apresenta a bactéria no organismo, mas não desenvolve a doença e também não a transmite).

Apenas 10% dos que entram em contato com a bactéria desenvolvem a doença (tuberculose ativa), a qual pode se manifestar da seguinte forma:

Tuberculose primária: os sintomas aparecem logo após o contato com a bactéria.

Tuberculose pós primária: os sintomas aparecem após um ano com o contato.

Pessoas com sistema imunológico afetado apresentam maior risco de desenvolver a doença.

Quais os sintomas da Tuberculose Pulmonar ?

A tuberculose pulmonar primária é clássica em crianças menores de 4 anos e quase sempre é uma doença autolimitada. O quadro clínico é inespecífico, e portanto o diagnóstico é mais demorado, os sintomas mais frequentes são febre baixa e tosse seca, já os achados radiológicos são mais sugestivos, geralmente aparece uma lesão periférica que leva a adenopatia hilar e/ou mediastinal ipsilateral ao foco primário.

Na maioria dos casos, a lesão pulmonar cicatriza espontaneamente e pode ser descoberta por um pequeno nódulo calcificado (nódulo de Ghon).

A tuberculose pulmonar pós primária ocorre devido a reativação da tuberculose latente e é típica de indivíduos de 15-40 anos, e é a forma responsável pela transmissão da doença na população. Entre as principais queixas estão:

–    TOSSE CRÔNICA (por mais de 3 semanas)
–    FEBRE BAIXA (geralmente à noite)
–    SUDORESE NOTURNA
–    PERDA DE APETITE
–    PERDA DE PESO ACENTUADO
–    HEMOPTISE (expectoração sanguínea através da tosse)
–    CANSAÇO

É importante aclarar que esses sintomas apresentam progressão lenta, fazendo com que os pacientes tardam em buscar ajuda médica e com isso facilitam a disseminação da doença.

Como é feito o diagnóstico ?

O diagnóstico de tuberculose pulmonar primária é confirmado por uma análise conjunta de critérios clínicos, radiológicos e pela prova tuberculínica (PT). Esta última consiste na avaliação do antebraço do paciente 48 – 72 horas após injeção intradérmica de uma proteína do Mycobacterium morto no local, se analisa a presença de uma área endurecida e elevada.

Para o diagnóstico definitivo de tuberculose pulmonar pós primária é necessário a  identificação do bacilo de Koch de uma amostra biológica do paciente, geralmente estas as amostras são de escarro, mas também pode ser de lavado brônquico, lavado broncoalveolar e outras relacionadas com o sistema respiratório, e através da baciloscopia, da cultura ou de método moleculares se faz o diagnóstico.

Teste Rápido Molecular (TRM-TB):

Detecta a presença de DNA do Mycobacterium tuberculosis. O resultado fica pronto em duas horas, apresentando sensibilidade de 90% e especificidade de 99%, é capaz de detectar também a resistência à rifampicina. Diante da suspeita o teste pode ser feito em uma única amostra de escarro. Atualmente no Brasil é o método de escolha, porém ainda não está disponível em algumas localidades.

Baciloscopia:

É o método principal para o diagnóstico e para o controle, consiste na pesquisa direta  do bacilo de Koch através do exame microscópico, utilizando a coloração Ziehl-Neelsen. O material mais utilizado para ser analisado vem do escarro e devem ser coletadas duas amostras em momentos distintos, uma no momento da consulta e outra após 24 horas. Uma baciloscopia positiva em qualquer amostra indica TUBERCULOSE ATIVA.

Cultura:

O exame cultural permite o isolamento e crescimento dos bacilos de amostras clínicas em meio específicos. É considerado o exame padrão-ouro, com alta sensibilidade e especificidade para a detecção de Tuberculose Pulmonar e também extrapulmonar.

Outros Métodos:

Exames como hemograma, bioquímicos e radiológicos podem auxiliar no diagnóstico, direcionando o médico para os testes mais específicos.

A radiografia de tórax é auxiliar no diagnóstico de tuberculose, o que justifica sua solicitação em todos os casos suspeitos. A Tuberculose Pulmonar em adultos geralmente apresenta infiltrado focal nos lobos superiores, frequentemente dos segmentos apical e posterior ou do segmento apical do lobo inferior.

Outro exame que pode ser solicitado é a dosagem de ADA (enzima secretada por linfócitos e macrófagos ativados) no líquido pleural, valor maior a 60 U/l possui alto valor preditivo positivo  para tuberculose, permitindo a confirmação diagnóstica mesmo sem a demonstração direta do bacilo de Koch.

As pessoas que apresentam contato com o paciente devem ser investigadas?

O contato é definido como toda pessoa que convive no mesmo ambiente que o doente no momento do diagnóstico. O contato pode ser de casa ou do ambiente de trabalho, instituições que exigem longa permanência do doente.

Todos os contatos devem comparecer a Unidade de Saúde para serem avaliados.

De acordo com o ministério da saúde, a investigação dos contatos deverá ser feita da seguinte forma:

Contatos menores de 10 anos:

Sintomáticos:

Analisar os sintomas, realizar radiografia de tórax e solicitar PT.

Assintomáticos:

Solicitar radiografia de tórax, se alterada pesquisar a presença do bacilo de Koch, se normal avaliar PT e realizar tratamento de infecção latente por tuberculose nos casos em que aparecer uma área endurecida e elevada nos seguintes tamanhos:

– maior a 5 mm em pacientes não vacinados ou vacinados há 2 anos ou mais
– maior a 10 mm em vacinados há menos de 2 anos
Em caso de PT menor a 5 mm, repetir em 8 semanas.

Contatos maiores de 10 anos:

Sintomáticos:

Colher amostra de escarro e investigar presença da micobactéria.

Assintomáticos:

Realizar PT, com resultado menor 5 mm repetir o exame em 8 semanas, se maior a 5 mm realizar radiografia de tórax, e em caso de resultado normal realizar tratamento para infecção latente por tuberculose, em caso de suspeita de tuberculose ativa solicitar baciloscopia.

Tratamento

A tuberculose é uma doença infecto contagiosa grave, porém com o tratamento adequado, apresenta praticamente 100% de chance de cura.

O tratamento é feito ambulatorial, por um período mínimo de 6 meses, diariamente, sem interrupção, e deve ser supervisionado pelo serviço de saúde mais próximo, na residência ou no trabalho do doente.

Esta estratégia chamada Tratamento Diretamente Observado (TDO), oferece melhor acolhimento ao paciente, reduzindo o abandono e aumentando a adesão.

São utilizados 4 tipos de medicamentos para o esquema básico, durante os 2 primeiros meses os seguintes fármacos são usados: Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol, e nos próximos 4 meses: Rifampicina e Isoniazida. Paciente que apresenta contraindicação para algum desses fármacos, é reavaliado o esquema de forma individual.

Este esquema básico é utilizado nos seguintes casos:

Caso novo:

Paciente que nunca usou ou usou por menos de 30 dias os medicamentos.

Retratamento:

Paciente que teve recidiva (independente do tempo decorrido do primeiro tratamento) ou retorno após abandono, atualmente com doença ativa.

Além da cura do paciente, outro objetivo é anular a disseminação da doença.

Como prevenir ?

Para prevenir a doença é necessário a imunização dos recém nascidos no primeiro ano de vida, preferencialmente ao nascer. É importante aclarar que a vacina previne a tuberculose em sua forma grave, sua eficácia contra a doença pulmonar em adultos ainda é questionável.

A principal estratégia para o controle da doença é fazer a busca ativa dos sintomáticos respiratórios, Paciente apresentando tosse com 2 semanas ou mais deve ser investigado.

Outra forma de prevenir é evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar.

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