De acordo com recentes estimativas, a gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, será a maior causa de doença hepática crônica no mundo ocidental, num futuro próximo, acometendo 17 a 46% dos adultos. Além disso, segundo as projeções, também será a maior causa de transplante hepático no mundo, superando ainda a hepatite C. E com dados tão alarmantes, a pergunta que fica é: por que ainda assim negligenciamos a esteatose?
Talvez o pensamento [..] “ah, meu fígado tem gordura, mas nada demais” [..] simplifique tanto a questão pelo fato de o tratamento ser tão básico: perder peso. Apesar de estudos indicarem benefícios com o uso de medicamentos para a esteatose, como vitamina E, por exemplo, não há nada mais eficaz na limpeza do fígado do que o emagrecimento.
A redução da esteatose hepática, implica também, em uma série de eventos que também levam ao desenvolvimento do diabetes tipo 2. Isso porque o elo comum é a conhecida resistência à insulina.
A resistência à insulina aparece como consequência do ganho de peso, quando o pâncreas fabrica mais insulina na tentativa de controlar a quantidade de glicose no organismo. Essa quantidade de glicose é causada por hábitos tanto sedentários quanto alimentares, considerados inadequados, e com não há a “queima” da glicose, e a consequente geração de energia no corpo. Com isso, sobra insulina, e o organismo se defende enfraquecendo a insulina….
A consequência à longo prazo é o desenvolvimento de Diabetes tipo 2 e, no fígado, o acúmulo de gordura dentro das células chamadas de hepatócitos.
Seguindo esse raciocínio, com a perda de peso há a regulamentação do funcionamento do pâncreas, reduzindo o acúmulo de gordura no fígado. Sem o emagrecimento ou até ele o preocupante é o risco de cirrose. Um fígado com gordura é um órgão sobrecarregado, e desse modo pode inflamar (esteato-hepatite ou hepatite por gordura), ou ainda diante de uma inflamação crônica pode vir a desenvolver fibrose.
A fibrose é como se fosse uma cicatriz, que dificulta o funcionamento correto do órgão. Com fibrose e mais fibrose… e o processo de cirrose que se instala… a partir disso a cirrose pode ir deteriorando o fígado, levando-o à falência hepática, e nesse caso, sobra apenas o transplante como alternativa.
O diagnóstico e tratamento da esteatose podem ser realizados por meio de protocolos como de exames de sangue, ressonância magnética para avaliação da quantidade de fibrose e de gordura e até biopsia do fígado.
E no caso de um diagnóstico de esteatose, é importante ficar atento, pois um quadro aparentemente “simples” de acúmulo de gordura pode, em anos, levar a cirrose.
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Com informações minhavida.com