Homens e mulheres, se preparem! Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) fizeram uma recente e grande descoberta: mecanismos moleculares que podem estar por trás do Transtorno Disfórico Pré-menstrual (TDPM), menos comum do que a Tensão Pré-menstrual (TPM), entretanto, muito mais grave. Sim, muito mais grave!
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista “Molecular Psychiatry”.
Reconhecido pela medicina apenas no ano de 2000, este transtorno pode levar aos sintomas de irritabilidade incapacitante, depressão, sentimentos de falta de esperança, insônia, e falta de apetite, entre outros. A maioria dos sintomas são semelhantes aos da TPM, só que mais intensos. O TDPM afeta de 2% a 5% das mulheres em idade reprodutiva nos dias que antecedem a menstruação.
De acordo com a pesquisa, esse transtorno é causado por genes que afetam o modo como os hormônios sexuais interagem com outros genes. “Nós encontramos um gene suspeito de ter uma expressão desregulada. Isso aumenta a evidência de que o Transtorno Disfórico Pré-menstrual é um distúrbio e uma resposta da célula ao estrogênio e progesterona”, afirmou Peter Schmidt, do Instituto de Saúde Mental e Endocrinologia Comportamental do NIH.
O estudo teve como base os glóbulos brancos das mulheres, observando a reação ao estrogênio e à progesterona. As células de mulheres que tinham o Transtorno Disfórico Pré-menstrual apresentaram genes de forma diferente daquelas que não tinham o problema.
A raiz dessa diferença, de acordo com a pesquisa, foi um grande complexo de genes, chamado de ESC/E(Z), envolvido na regulação de como outros genes que respondem aos hormônios sexuais, o que poderia explicar o porquê as mulheres com Transtorno Disfórico Pré-menstrual têm uma sensibilidade tão extrema aos hormônios sexuais.
Outro participante da pesquisa, David Goldman, afirmou que “este é um grande momento para as mulheres, porque demonstra que aquelas afetadas pelo Transtorno Disfórico Pré-menstrual têm uma diferença intrínseca no seu aparelho molecular em resposta aos hormônios sexuais.”
“Pela primeira vez, temos evidências celulares de sinalização anormal em células derivadas de mulheres que têm esse transtorno, e uma causa biológica plausível para a sua sensibilidade comportamental anormal para estrogênio e progesterona”, explica Schmidt.
OMG, né? O lado bom é que aprender mais sobre esse complexo genético mantém a esperança de melhorar o tratamento de tais distúrbios do humor, né?
E você quer saber os principais sintomas?
DIAGNÓSTICO
De acordo com a pesquisa, para diagnosticar a TDPM, são necessários cinco dos seguintes sintomas, e pelo menos um deles deve ser os de número de 1 a 4:
- Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos.
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Ansiedade acentuada, tensão, sentimentos de estar com os “nervos à flor da pele”.
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Significativa instabilidade afetiva.
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Raiva ou irritabilidade persistente e conflitos interpessoais aumentados.
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Interesse diminuído pelas atividades habituais.
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Sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar.
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Letargia, fadiga fácil ou acentuada falta de energia.
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Alteração acentuada do apetite, excessos alimentares ou avidez por determinados alimentos.
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Hipersônia ou insônia.
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Sentimentos subjetivos de descontrole emocional.
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Outros sintomas físicos, como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor de cabeça, dor articular ou muscular, sensação de inchaço geral e ganho de peso.
Com informações O Globo