Segundo o texto a seguir que circula nas redes sociais, com autoria do SUS, a visão sobre os suplementos vitamínicos pode ser um pouco diferente do que você ouve por ai.
Ele menciona que “apesar da falta de benefícios comprovados e inclusive associação com danos em alguns estudos, atualmente inúmeras pessoas saudáveis procuram, fazem uso de suplementos vitamínicos ou recebem prescrições de seus profissionais de saúde visando ‘melhorar a saúde’ e ‘prevenir doenças’. Esse é um mercado de mais de 130 bilhões de dólares por ano. Entre os suplementos mais vendidos estão a vitamina D e o ômega-3.
Pessoas saudáveis não tem indicação de tomar suplementos multivitamínicos (Grau 2B). Sugere-se que os profissionais de saúde orientem pessoas saudáveis que fazem uso de suplementos vitamínicos que tais suplementos são desnecessários e que não existem evidências científicas que tenham algum benefício para melhorar a saúde ou prevenir doenças. É importante que o profissional faça uma abordagem centrada na pessoa, entendendo as preocupações, ideias e expectativas que levaram a pessoa a inciar o uso.
Os estudos apontam que suplementos multivitamínicos, vitamina C e D, cálcio, beta-caroteno ou selênio, não tem nenhum benefício. Suplementos multivitamínicos não previnem doenças cardiovasculares. Além disso, algumas combinações de antioxidantes como vitamina A, C ou E com beta-carotenos ou com selênio ou zinco, podem estar associadas com aumento de mortalidade geral.
Não existem evidências da necessidade de adultos saudáveis fazerem exames de vitamina D ou usarem suplementos de vitamina D. Não há benefício comprovado, apesar do marketing em torno dessa vitamina. Da mesma forma, não há evidências de qualquer benefício na suplementação de ômega-3, ou ômega-6.
Nada substitui uma dieta saudável que inclua frutas e vegetais, atividade física regular e exposição regular/adequada à luz solar. A suplementação de qualquer vitamina ou suplemento dietético deve ser avaliada por um profissional de saúde de confiança da pessoa e que tenha pouco ou nenhum conflito de interesse com a indústria farmacêutica e de suplementos alimentares. Se o profissional de saúde costuma receber representantes da indústria e entregar amostras-grátis e brindes orienta-se que a pessoa procure uma segunda opinião e se informe mais. Você que é profissional de saúde, procure usar fontes de informação livres de conflitos de interesse para tomar suas decisões.
A suplementação de vitaminas específicas deve ser considerada em pessoas com risco de deficiência de vitaminas, como aquelas com alcoolismo, má absorção (doença celíaca, de Crohn), em dieta vegana, histórico de cirurgia de bypass gástrico ou alguns erros inatos do metabolismo, bem como aquelas em tratamento com hemodiálise ou nutrição parenteral. Também deve-se indicar suplementação de ácido fólico pelo menos 4 semanas antes da concepção por até 12 semanas de gestação.
Em pacientes com deficiência vitamínica específica, um multivitamínico pode ser uma escolha razoável em relação à suplementação com vitaminas individuais se um multivitamínico for menos dispendioso e a formulação contiver uma dose apropriada. A menos que haja uma indicação específica não sugerimos a suplementação multivitamínica para prevenção primária de doenças crônicas por causa da evidência de que elas não são eficazes.”
O que achou desta visão do texto, já ouviu alguma vez que algum suplemento previne doenças? Deixe seu comentário e nos conte o que acha do assunto. E sempre, procure orientação médica antes de tomar qualquer suplemento.
Autor: SUS – Sistema único de saúde
Referência: UpToDate, Dynamed, JAMA, BMJ Best Practice.