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Vírus “amigo” pode ajudar no desenvolvimento cerebral

Nós não estamos sozinhos na terra e eles estão mais próximos do que você imagina. Enquanto você lê este texto existem várias bactérias e vírus vivendo e se hospedando em seu corpo. E mais, quase 8% do seu material genético é feito deles, os retrovírus. Mas ao contrário do que pode parecer, nem sempre eles possuem um papel de predador na história. Um estudo recente descobriu que um tipo de vírus “amigo” pode ter papel fundamental no desenvolvimento cerebral.

Os retrovírus e seu comportamento no corpo humano

Diferente de outros vírus, os retrovírus contêm apenas o RNA, o qual eles “injetam” em outras células, as hospedeiras, para se reproduzirem. Quando este tipo de comportamento ocorre em espermatozoides ou óvulos, o material genético misturado pode ser passado para os filhos, e então para os filhos dos filhos, por algumas gerações.

Eventualmente o organismo, através de uma combinação de mutações e outros “policiamentos genéticos” consegue bloquear o vírus de entrar na célula filha ou mesmo de fazer cópias de si mesmo. Mas alguns deles conseguem passar por este bloqueio, tanto que alguns retrovírus que hoje estão em nosso genoma, estão lá há alguns milhões de anos.

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A maioria dos retrovírus endógenos estão presos via um processo silenciador genético chamado de “Metilação do DNA”. Manipulando os genes de ratos, pesquisadores da Lund University, na Suécia, descobriram evidencias de que alguns tipos de retrovírus endógenos não ficam “presos” todo o tempo e conseguem se libertar por alguns períodos, exercendo um papel que pode nos ajudar com as funções cerebrais.

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Quem controla este mecanismo de ativar ou inibir os retrovírus endógenos é uma proteína chamada TRIM28, através por um processo mais flexível gene-silenciador chamado “modificação das histonas”.

Retrovírus endógenos nos ajudando no desenvolvimento cerebral?

Depois de inibir a proteína TRIM28 em células fígado, nos glóbulos brancos sanguíneo e em células do cérebro, os pesquisadores notaram mudanças na expressão dos genes dos ratos apenas nas células cerebrais.

O que parece, para eles, é que existe um mecanismo diferente que regula os retrovírus endógenos no cérebro se comparado com outras células do corpo.

Posteriormente, ao invés de inibir totalmente a TRIM28, os pesquisadores diminuíram sua concentração inibindo apenas uma das duas cópias do gene que regula a proteína, o que resultou na alteração de comportamento do rato.

Este experimento mostra que os retrovírus endógenos possuem um papel fundamental na expressão genética das células cerebrais, sendo ativo no cérebro através de um mecanismo complexo que, por sua vez, pode ajudar as células cerebrais a se tornarem mais complexas também.

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Ainda mais precisa ser feito

Ainda é preciso mais estudos para entender exatamente o papel destes retrovírus endógenos durante os períodos em que eles ficam ativados no organismo, mas este estudo traz uma luz sobre a relação deles com o desenvolvimento cerebral.

E o que é mais surpreendente é que estes retrovírus fazem parte de uma classe grande de material genético que anteriormente era vista como “lixo genético”, os “elementos transponíveis”.

Com estes resultados os pesquisadores acreditam que estão diante de uma nova realidade sobre a função dos “elementos transponíveis” no nosso desenvolvimento e talvez o que pensamos anteriormente que era apensa “lixo”, pode ter papel fundamental no funcionamento desta máquina complexa que é o corpo humano.

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