Radioterapia é uma especialidade médica que, apesar de não ser muito conhecida, tem papel central no tratamento principalmente de pacientes oncológicos.
A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais através do uso da radiação. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada a um volume determinado de tecido que engloba o tumor em um tempo suficiente para erradicar todas as células tumorais.
Como tudo na medicina, a radioterapia vem melhorando rapidamente. Há métodos cada vez menos agressivos e mais capazes de erradicar as células malignas.
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A radioterapia pode ser eleita como terapia única ou complementar, tudo depende das indicações, localizações e estágios da neoplasia.
Um artigo publicado este mês na revista RED (International Journal of Radiation Oncology), por um dos melhores grupos de radioterapia do Brasil mostra bem como está o panorama da especialidade no país hoje em dia.
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A radioterapia no Brasil, um panorama geral.
Para ser um radioterapeuta o médico deve passar por um programa de residência de 3 anos em um serviço reconhecido pela sociedade de radioterapia. Após o término do treinamento, o médico deve ainda passar por uma bateria de testes que reconhecem a capacidade do especialista e só assim poderá ser considerado como radioterapeuta e atuar como tal.
É realmente um caminho árduo. Hoje são 61 vagas para o primeiro ano de residência médica alocadas em 30 instituições educacionais reconhecidas pelo Ministério da Educação. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer) mais de 350 mil pacientes precisaram da utilização da radioterapia em seus tratamentos.
Além dos casos novos, deve-se adicionar a esta equação os pacientes que já estão em tratamento e esta estimativa aumenta para cerca de 400 mil pessoas. Hipoteticamente, se somente os ingressantes na residência da especialidade tratassem os novos pacientes teríamos cerca de 6000 pacientes para cada médico. A escassez de profissionais é óbvia.
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Para sanar essa disparidade há diversos programas em andamento. O Inca em associação com o ministério da saúde e outras organizações vem desde 1998 organizando expansões em centros de oncologia em todos os estados brasileiros.
Esta atitude tem principal intenção de descentralizar o tratamento dos pacientes oncológicos da região sudeste principalmente. Assim, pacientes de regiões mais distantes teriam a oportunidade de tratar-se em centros completos.
A radioterapia em tratamentos de pacientes oncológicos.
O tratamento do paciente oncológico é complexo e exige multidisciplinaridade. Apesar de tímidas, há uma série de ações por todo o Brasil para que o paciente oncológico fique no centro de uma rede de profissionais.
O tratamento de radioterapia é caro e demanda de equipamentos caros. Não há como implementar programas sem a ajuda do governo. Por outro lado, o sistema de saúde público deve se unir da saúde suplementar para ter mais dinamismo e melhores resultados.
Hoje são 241 centros de terapia que são distribuídos de forma desigual pelo Brasil. Essa iniquidade prejudica o paciente, atrasando seu tratamento com grande impacto para a sua saúde e piorando assim suas chances de cura ou remissão.
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Apesar de todas as dificuldades hoje o cenário futuro é promissor. Mais profissionais estão sendo formados a cada ano e a expectativa é de que mais centros de radioterapia sejam inaugurados.
Além disso, a comunidade científica desta especialidade tem tido bons resultados em pesquisas médicas que justificam financiamentos de projetos. É necessário o comprometimento dos profissionais da área em conjunto com os sistemas de saúde para melhorar o cenário atual.