Coluna #002 – Papo de Aeroporto: “Violência e Negligência Universitária”
Olá caro leitor,
Hoje publicamos o texto nº2 (#002) desta coluna, e assim faremos semanalmente. Sempre com um tema que tenha ocupado a mídia ou tenha sido destaque mundo afora na semana anterior. Vamos lá então? O sobre o que vamos falar? Vamos falar de comportamento humano, mais precisamente, dos casos de estupro na faculdade de medicina da USP-Universidade de São Paulo, que tomam conta do noticiário.
Todos têm acompanhando o tema com perplexidade e assombro e nos perguntado: Como isso pode ter acontecido em uma das melhores universidades do país? E antes que alguém diga que se fosse nos Estados Unidos (EUA) seria diferente, aí vai uma informação, lá também é igual a cá!
Será que a violência e a negligência universitária é menor lá fora?
Segundo reportagem publicada no site da BBC Brasil, 86 instituições de ensino superior estão sendo investigadas pelo Departamento de Educação por supostamente ignorar casos de violência sexual em suas dependências. Entre elas as renomadas Harvard e Princeton.
Eu me pergunto: o que está havendo? Como grandes instituições que pregam ética e rigidez de caráter não fazem nada diante de ocorrências tão graves? Bem, tenho algumas teorias:
Corporativismo:
Existe sim uma áurea de superioridade nestas instituições. Tudo nesses ambientes é melhor. E como “lugar perfeito” nenhum tipo de transgressão pode ser divulgado. Não usei a palavra “permitido” por que ao que parece a transgressão é permitida, tolerada e acobertada. Desta forma, os comandantes destas instituições se protegem, protegem a imagem da instituição de forma a “abafar” escândalos e desencorajar quem tem intenção de gritar para o mundo.
Machismo:
Na maioria dos casos, os maiores cargos nestas instituições são ocupados por homens. Os casos que estamos comentando tratam de abusos contra mulheres. Fica fácil concluir que o “clube do bolinha” tem suas formas de se manter unido na justiça e na injustiça.
Mau caratismo:
Fica claro que tanto quem acolhe a denúncia como quem comete o delito sofre de desvio de caráter. Quem comete, o faz de forma premeditada e quem acolhe, faz de forma intencional “vistas grossas”, logo o problema das coisas reside justamente no caráter do “homem”.
Falta de limites:
Sem dúvida existe uma clara falta de limites nisso tudo. Cabe a instituição colocar as regras de forma clara e fazer cumpri-las para tudo que ocorre dentro da instituição. E sim, a instituição tem responsabilidade sobre as intercorrências em suas dependências. Cabe aos alunos agirem de forma civilizada. Parece que nas festas alguns “homo sapiens” após umas biritas e droguitas voltam ao tempo das cavernas e agem com violência e insanidade.
Impunidade:
Por fim, nestes casos todos, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, ninguém foi punido. Aliás, a sociedade humana sofre de uma praga chamada impunidade. Quando não existe castigo, qualquer um fica corajoso.
Claro que existem outras questões a se discutir, como por exemplo: A exposição vulgarizada do corpo da mulher. O abuso de álcool e drogas entre os jovens. A educação terceirizada dos pais que não impõe limites. O direito das mulheres em não quererem uma relação sexual casual, em fim, muito a se discutir.
O caso da USP está sendo investigado. Mas já serve para que façamos uma reflexão sobre como nos comportamos em sociedade. Sobre qual o verdadeiro papel das instituições de ensino, em todos os níveis. E principalmente, até quando seremos tolerantes com as transgressões dos “clubinhos sociais”? até não fazermos parte dele? Se queremos uma sociedade igualitária termos que transformar nossa indignação em ações modificadoras de comportamento.
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