O especialista em neuroplastia Michael Merzenich cria games para aumentar a capacidade cognitiva dos jogadores. De acordo com ele, ao estimular certas funções do cérebro, podemos treiná-lo para realizar novas funções. E é aí onde entra a Neuroplastia, que é a ideia de que o cérebro e a forma como ele funciona podem ser modificados mesmo após a idade adulta.
Expostas aos seus métodos, pessoas com nenhuma deficiência mental sentiam pouca diferença. Foi aí que Merzenich viu que, talvez, estivesse pensando no público errado – afinal, como fazer um cérebro que é perfeito funcionar melhor? E começou a estimular pacientes de esquizofrenia a jogar séries de videogames para superar os sintomas da doença.
O atual tratamento comum para a esquizofrenia não controla completamente os sintomas da doença (as alucinações e a dificuldades de expressão, por exemplo), e produz efeitos colaterais que impedem que o paciente conviva normalmente com a sociedade. A proposta de Merzenich é que essas pessoas sejam submetidas a sessões de videogames estimulantes, que totalizariam 100 horas.
Testes com o método e com os exercícios mostraram que pessoas que estavam começando a desenvolver a doença tiveram uma melhora de 15 a 20% após as sessões de games – em termos práticos isso significa um atraso de seis meses na manifestação de sintomas. E ainda quando pacientes combinavam os jogos com outros tratamentos psiquiátricos apresentavam mais facilidade em conviver normalmente na sociedade.
O método de Merzenich ainda precisa ser aprovado pela FDA (Food and Drug Administration, órgão que controla as práticas médicas nos Estados Unidos), para estar disponível no mercado.
A expectativa é que o método seja um sucesso e também possa ser usado no tratamento de Alzheimer ou em pacientes que sofreram lesões no cérebro.
Com informações Revista Galileu