VARICELA – ZOSTER
O homem é o único hospedeiro natural do vírus Varicela – zoster (V – Z).
O nome reflete as duas doenças associadas ao vírus, Varicela (catapora) e Zoster (cobreiro). A infecção primária pelo vírus V-Z resulta nas manifestações clínicas da catapora. Após isso o vírus entra numa fase latente, presumivelmente dentro dos núcleos dos neurônios nos gânglios das raízes dorsais. A reativação do vírus resulta nas manifestações clínicas características do Zoster.
Aspectos clínicos
O período de incubação é geralmente de 14 à 21 dias, podendo levar um período prodrômico de 1 a 3 dias de febre, cefaléia mal-estar antes da erupção do exantema macular vermelho que progride a pápulas, vesículas e pústulas que se transformam em crostas e são eliminadas sem a formação de cicatriz.
A erupção é centrípeta, afetando o tronco mais intensamente do que as extremidades, palma das mãos e planta dos pés. Todas as fazes estão presentes simultaneamente. As lesões apresentam-se também no couro cabeludo e mucosas.
A varicela (catapora) é uma doença benigna mas altamente infecciosa, principalmente a de crianças.
As complicações são raras, embora possa ocorrer encefalite, cerca de 5 a 10 dias após a erupção.
Em crianças apresentando deficiências imunológicas, a doença pode ser grave.
Transmissão
A transmissão se dá através de células infectadas, pelo líquido vesicular e o modo presumível de transmissão é pelos perdigotos mas só ocasionalmente o vírus é isolado deste sítio.
Em mulheres com idade de procriação é rara a varicela, mas, defeitos congênitos foram relatados em crianças nascidas após a varicela materna ocorridas durante o 1 º trimestre da gravidez.
Imunidade
A infecção prévia com a varicela deixa o paciente com imunidade duradoura para varicela, entretanto o zoster pode ocorrer, isso é uma reativação da infecção pelo vírus varicela, que ficou latente durante anos.
Epidemiologia
A varicela é uma doença endêmica comum na infância, com maior incidência em crianças de 2 a 8 anos de idade. É epidêmica no inverno e primavera e é de fácil disseminação.
A zoster é uma doença esporádica e sua ocorrência é comumente em pessoas com idade acima de 45 anos, sem predileção por sexo e raça e é rara em crianças.
A imunidade humoral à varicela não protege contra a reativação e o Zoster clínico.
Diagnóstico Laboratorial
A infecção típica nas crianças e a varicela e nos adultos é a zoster, o diagnóstico pode ser feito com exatidão pelo clínico, entretanto a infecção pelo vírus do herpes simplex pode causar uma erupção vesicular idêntica à infecção do vírus V-Z e deverá ser suspeitada nos pacientes com zoster “recorrente” e nestes casos deve-se confirmar a infecção recuperando o vírus em culturas de fibroblastos humanos diplóides.
O fluido vesicular é a fonte mais garantida para o isolamento do vírus.
O diagnóstico rápido pode ser realizado pela imunofluorescência direta detectando os antígenos virais nas lesões vesiculares.
Os métodos sorológicos de ficção do complemento são relativamente sensíveis mas só é útil para a confirmação da infecção recente. A escolha comum é a imunofluorescência
Outubro/2002
Bibliografia:
– Microbiologia médica 13 a edição – 1980
Hernest Jawetz, PhD, MD , Joseph L. Melnick, PhD, Edward A. Adelberg, PhD
– Diagnósticos clínicos e conduta terapêutica por exames laboratoriais 16 ª edição
1983 – Todd – Sanford – Davidsohn
– Microbiologia e Imunologia 23 ª edição – 1984
Otto Bier
– Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais 18 ª edição – 1995
John Bernard Henry