Hoje em dia, é muito comum sentir tanto apreço por coisas materiais, principalmente quando nos trazem lembranças e sentimentos bons. Seja um presente recebido a anos ou uma cartinha feita de coração, são objetos que acarretam apego ao ser humano. Com isso, é claro que sentiremos uma espécie de bloqueio para nos desvincular disso.
A situação descrita acima é o que acontece para uma parcela da sociedade, particularmente quando falamos em fazer aquela limpeza em casa. Contudo, para quem é portador do Transtorno de Acumulação Compulsiva, não é bem assim.
Existe uma série de mitos e verdades que rodeiam a vida dessas pessoas. Até programa de televisão, eles já viraram. No reality show ‘Acumuladores’, profissionais capacitados tentam levar auxílio para pessoas que passam por esse tipo de problema. Porém, é importante termos em mente que o tema não é divertimento.
O Transtorno de Acumulação Compulsiva é uma doença que faz com que as pessoas encontrem muita dificuldade em abrir mão de seus objetos pessoais. O assunto é delicado, afinal, estamos falando de uma enfermidade mental. Onde você não vê os motivos e as questões que essa compulsividade englobam.
Sinais da acumulação
Os sintomas são demonstrados aos poucos. Dentre eles estão: grande vontade de guardar qualquer tipo de item que para os acumuladores tem grande valor, desespero e agonia quando pressionados para abrir mão dos objetos.
Eles criam apego ou pensam que aqueles objetos podem ser úteis futuramente. Esse aglomerado de coisas acaba resultando em mais problemas depois, isso porque podem causar barreiras nos ambientes de convívios.
Existem casos de acumuladores que reservem comodos e mais comodos da casa apenas para seus objetos. Então, imagine só viver assim.
Razões do transtorno
A Universidade Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre realizou alguns estudos para entender melhor a causa do transtorno. Em entrevista para o Profissão Repórter, eles revelaram alguns dos valiosos pontos.
De acordo com a psicóloga, Tatiana Quartirigaray, o transtorno pode ser desenvolvido por dificuldade em interagir com outras pessoas ou devido a eventos traumáticos ocorridos ao longo da vida.
Dicas para desapegar
Uma vez que o acumulador sabe que tem essa doença, talvez seja muito mais difícil lidar com o tratamento. Alguns deles sentem até vergonha, se isolando da convivência social e impedindo as pessoas queridas de visitá-los. Dessa forma, a acumulação ficará em segredo.
Então o grande questionamento é como trabalhar o desapego na vida dessas pessoas. Pensando nisso, reunimos algumas dicas para ajudar:
1 – Não venda, doe para quem precisa
É muito mais fácil estabelecer na mente dos acumuladores a ideia de doar os objetos para quem precisa, ao invés de vender. Eles se sentem muito mais a vontade para desapegar dos itens quando entendem que estão ajudando outra pessoas com isso.
2 – Peça ajuda
Dependendo da quantidade da acumulação, será um trabalho imenso para analisar o que manter. Então, buscar auxílio de amigos e familiares é uma ótima alternativa. Além de otimizar tempo e trabalho, o acumulador se sentirá acolhido e compreendido.
Agora se você é a pessoa que está buscando ajudar o acumulador, lembre-se de ter empatia no momento do desapego. Não porque os objetos realmente possuem grande valor, e sim porque em sua mente, o acumulador tem razões para guardar aquilo. Então procure ser paciente.
3 – Questione-se sobre o uso dos objetos
Ao examinar os objetos, lembre-se de algumas questões que irão ajudar no desapego. Por exemplo, “qual foi a última vez que usei isso?”, “no último ano, quantas vezes usei?”. Essas perguntas demonstram muito mais a utilidade do objeto em questão.
Contudo, lembre-se que uma das razões para o acúmulo é pensar que o item terá serventia no futuro. Isso nem sempre será verdade, porque se durante os 365 dias passados você não usou, é bem provável que nos próximos também não usará.
4 – Aluguel de guarda de móveis
Se depois de todas essas dicas, ainda restou uma grande quantidade de objetos que o acumulador não quer desgrudar, uma dica é: o aluguel de guarda de móveis. Uma das características dos portadores do Transtorno de Acumulação Compulsiva é a perda do aposentos em casa, cômodos de convívios, para guardar os objetos.
Ao alugar um outro ambiente, o acumulador pode manter os objetos que lhe trazem satisfação e ao mesmo tempo, você liberará espaço em seu lar. Isso já é uma grande ajuda no tratamento da doença.
Lembre-se que essas dicas não servem apenas para pessoas que possuem o transtorno. Se você está querendo dar aquela geral nos móveis antigos e não sabe como começar, siga as mesmas dicas. Você estará um passo à frente nas práticas do desapego.