Com tecnologia de edição de genoma, pesquisadores observaram o papel de um gene importantíssimo para o desenvolvimento de embriões humanos.
Pela primeira vez, a edição do genoma foi usada com o objetivo de estudar a função dos genes em embriões humanos, com o intuito de auxiliar os cientistas em estudos sobre a biologia do nosso desenvolvimento inicial e, consequentemente, sobre mulheres com dificuldades para engravidar.
Pesquisa
Os pesquisadores utilizaram técnicas de edição do genoma para impedir que um gene chave produza uma proteína chamada OCT4, que normalmente se torna ativa nos primeiros dias do desenvolvimento do embrião humano.
Depois que o ovo é fertilizado, em até cerca de sete dias ele se divide e forma uma bola de aproximadamente 200 células, chamada ‘blastocisto’. Para a formação correta de um blastocisto, os pesquisadores constataram que os embriões humanos precisam de OCT4.
A principal autora do estudo, Norah Fogarty, do Instituto Francis Crick, afirmou: “ficamos surpresos ao ver o quão crucial é este gene para o desenvolvimento de embriões humanos, mas precisamos continuar nosso trabalho para confirmar seu papel. Outros métodos de pesquisa, incluindo estudos em camundongos, sugeriram um papel posterior e mais focado para o OCT4, então nossos resultados destacam a necessidade de pesquisa de embriões humanos”.
A especialista acrescenta: “Uma maneira de descobrir o que um gene faz no embrião em desenvolvimento é ver o que acontece quando não está funcionando. Agora, demonstramos uma maneira eficiente de fazer isso e esperamos que outros cientistas o usem para descobrir os papéis de outros genes. Se conhecermos os genes fundamentais que os embriões precisam para se desenvolver com sucesso, podemos melhorar os tratamentos de FIV (fertilização in vitro) e compreender algumas causas das falhas na gravidez. Isso ainda pode levar muitos anos para alcançar esse entendimento, nosso estudo é apenas o primeiro passo”.
Os cientistas passaram mais de um ano otimizando suas técnicas usando embriões de camundongos e células estaminais embrionárias humanas antes de iniciar o trabalho direto em embriões humanos.
Para inativar o OCT4, eles usaram uma técnica de edição chamada CRISPR / Cas9 para mudar o DNA de 41 embriões humanos. Após sete dias, o desenvolvimento embrionário foi interrompido e os embriões foram analisados.
Fonte: Minhavida.com