Um recente estudo publicado na revista Alzheimer’s & Dementia afirma que ter o colesterol elevado nem sempre é ruim. Os resultados da pesquisa mostraram que pessoas com 85 a 94 anos cujo colesterol total é maior do que na meia-idade têm 32% menor de sofrer declínio cognitivo marcado. Entretanto, nos indivíduos com idades entre 75 e 84 anos, aqueles cujo colesterol total era maior do que era na época da meia-idade, a possibilidade do distúrbio mental é 50% maior.
Os resultados têm implicações importantes para pesquisar fatores genéticos e outras condições associadas ao envelhecimento cognitivo bem-sucedido.
A análise contou com a examinação de dados de 1.897 participantes do Framingham Heart Study, todos com função cognitiva saudável quando entraram no estudo. As associações entre o nível de colesterol total e as incidências de declínio cognitivo marcado que surgiram durante as décadas de acompanhamento, foram investigadas, à medida que os participantes envelheciam.
Os pesquisadores usaram cinco médias do colesterol total: média aos 40 anos (meia-idade); média aos 77 anos (vida adiantada); média desde 40 anos; se o nível subiu ou desceu (“mudança linear desde a meia–idade”) e se alguma alteração no nível acelerou ou desacelerou.
Os resultados da análise mostraram que algumas das medidas eram preditivas de um maior risco de declínio cognitivo marcado. No entanto, os autores do estudo também descobriram que as “associações de colesterol com cognição diminuem à medida que a idade do desfecho aumenta”. Eles notaram que, entre os membros cognitivamente saudáveis do grupo de 85 a 94 anos, ter tido um alto nível de colesterol total na meia-idade estava vinculado a um risco reduzido de declínio cognitivo marcado.
Um novo biomarcador?
Os resultados sugerem a necessidade de olhar mais de perto para diferentes faixas etárias neste tipo de pesquisa.
Um dos autores do estudo, Jeremy Silverman, ressalta que as descobertas não significam necessariamente que aqueles com mais de 85 anos de idade devem procurar elevar seu nível de colesterol. “Não pensamos que o colesterol alto é bom para a cognição aos 85 anos. Mas sua presença pode nos ajudar a identificar aqueles são menos afetados por isso”, conclui.
Com informações Viva Bem – UOL
